7.4.11

Revelações de um amigo gay...

Leitoras queridas,
Estava com muito, muito medo da reação do Aldo ao ler o post "O  1° amigo gay a gente nunca esquece". Antes de postar, cheguei a pensar em mudar o nome dele na história. 
Hoje recebo uma ligação da nossa amiga em comum. Estaria me enviando por e-mail a resposta do Aldo para ser publicada neste blog. Fiquei rosa chicletes! 


Revelações de um amigo gay...

Ao ler o post, fiquei pensando que nunca havia “pensado” sobre amigas hétero e depois disto resolvi fazer uma listinha (do meu ponto de vista, claro) sobre a relação gays/ amigas hétero. Aqui vão algumas “pérolas”:

Amigos gays sempre são fiéis. A gente adora ficar íntimo delas, porque o preconceito ainda existe e mulheres que não temem gays são mais bem-resolvidas, despachadas e começam a fazer parte da nossa família (Vale dizer que muitos gays criam suas “famílias do coração” porque as consangüíneas, muitas vezes o rejeitam).

Gays são venenosos por natureza. Então, se vai conviver com eles prepare-se. Mas tem suas vantagens: sabe aquela inimiga? Será acabada, em pelo menos dez adjetivos, por eles. Sabe aquele cara mala? Ele vai e diz às coisas que você não tem coragem de dizer. Sabe aquela situação que você não tem coragem de enfrentar? Seu amigo gay vai lá e diz. E não se intimide, se algum gay íntimo seu disser que você está gorda. Só tem duas alternativas: ou ele é invejoso e não é seu amigo, ou ele está te elogiando (sim, como vocês, também dizemos uma coisa, querendo falar outra. risos.

Aproveite e desvende como os homens pensam. Podemos gostar de homens, mas não se esqueça: somos homens e sabemos exatamente como pensamos. Também achamos mulher complicada, temos pavor de menstruação e não teríamos a menor força para encarar uma gravidez; separamos sexo de amor, sabemos reconhecer quando um cara mente para você e definitivamente, às vezes, as achamos super complicadas.

Não queremos ser mulher. Não a maioria, pelo menos. A não ser alguém com tendência travesti ou transexual, que com certeza se tornará uma “mulher”. Gays adoram serem homens e gostar de ficar com homens. Para nós funciona assim: menos frescura, direto ao ponto. Nem me imagino sem meu pênis (é, até os gays são falocêntros ... homens...).

Seu amigo gay nunca será hétero. Já vi muita amiga de gay ficar apaixonada por eles. Aliás, pense bem, falamos sobre tudo, gostamos de moda, somos atenciosos e... sorry, não gostamos de ir para cama com uma mulher (o mundo não é perfeito, né?). Por isto nem tente uma conversão, o máximo que vai conseguir é perder o amigo. Ex-gay é igual a cabeça de bacalhau, todo mundo sabe que existe, mas ninguém viu. Lembre-se: a única máquina capaz de transformar um gay em hétero é o photoshop.

Estamos do mesmo lado.  Não se iluda, não estamos no mercado concorrendo pelo mesmo homem. Aliás, se um homem se interessa por um gay você ainda acha que ele é hétero? Nunca soube de um caso que um gay amigo roubou o namorado da amiga. Aliás, namorado de amiga nossa pode ser gostoso, a gente pode brincar de atacar, dizer “ô lá em casa”, mas é igual a galã de TV: a gente bem queria, mais nunca será nosso. Porém, namorado de amigo gay...humm... melhor ficar calado.

Use nosso gaydar. Dizem que gay tem o olhar de “cigana oblíqua dissimulada” igual o da personagem Capitu. Sabe o que isso quer dizer? Conhecemos outro gay só de olhar. Nosso radar (mais conhecido como gaydar) quase nunca falha. Então, se agente disser desconfie do boy, desconfie.

Você tem apelidos. O universo gay tem uma linguagem particular, então não se insulte se a gente te chamar de bixa (já viu o gay da novela das 9h conversando com a personagem da Débora Secco?), amapô, viada, racha... todos são adjetivos “amigos”.

Gays são homens de alma feminina.  Outro dia fiquei abismado com o que o fantástico revelou: as mulheres falam 2 mil palavras a mais que nós (!). Por isso nenhum hétero suporta quando você fala tanto ao fim do dia, quando ele já está esgotado. Mas nós não. Falamos muito também, adoramos conversar sobre perfumes, roupas, novela, fofoquinhas, piadas e afins. Portanto, quem tem amigo gay pode deixar as frufuzices para os amigos e não torrar a paciência do namorado. Inclusive quando for às compras (aliás, hétero em shopping só é bom para pagar as contas).

Prova de fogo. Tenho uma amiga que sempre que arruma um namorado novo, marca encontro com a turma de amigos gays – segundo ela, é o teste final. Tem o que dá encima do namorado dela (você já ficou com um homem? Não? Então como tem certeza de que não é gay?), tem o que fica fazendo análise psicológica do moço (ele é meio calado, sei não e tinha marca de aliança...), tem o que fala dez mil besteiras para chocá-lo (gente, ontem fiquei com três caras na sauna, estou todo dolorido. Mas KY dá jeito em tudo, anote aí para usar com minha amiga), tem o que faz a análise visual e fashionista (nossa ele é cafona, né? Mas segura que ele é gostoso e homem está em falta no mercado), tem o que conversa para sacar o grau intelectual do seu pretendente? (Estou lendo os livros e romances mais existencialistas agora, você conhece Oscar Wilde? Você viu o filme Dog Ville?) e o que faz análise da conta bancária (hum, chegou de novo Uno, mas é tão ambicioso que logo vai estar com uma Ferrari. E você viu o relógio Armani, o bofe é poder...). Bem, se o seu gato sobreviver a este time, você pode apostar em casamento.

Gays gostam de mulheres hétero e adoram detestar sapatas. Bem, na verdade até temos amigas lésbicas (que nenhum outro gay leia isto), mas adoramos detestá-las. Afinal, vamos ficar comentando o quê com elas? Como as pernas da Ana são bonitas? Eca, prefiro comentar com minha amiga: nossa você viu o garçon? Nem precisa ser inteligente, só basta ser bom de cama. (olha, comentar isto com uma amiga, não tem preço). Mas pense bem, lésbicas são legais porque diminuem nossa concorrência neste mundo cão... rs.

A gente a-d-o-r-a falar de sexo. Como já disse antes, somos gays, mas somos do sexo masculino com hormônios a flor da pele e adoramos falar (e fazer) sobre sexo. Aproveite e troque experiências (olha que todo gay sempre tem um bom “truque” na cama para compartilhar com as amigas). P.S.: A gente acha que as mulheres perdem muito com regrinhas tipo: sexo só depois do terceiro encontro, faço tudo, menos aquilo. Regras gays: sexo, depois se der certo, quem sabe, um segundo encontro.

Adoramos rir. Gay e bom humor combinam. Aliás, você já ouviu a piada: O que faz, uma lésbica, um gay e uma mulher hétero no segundo encontro? A lésbica: casa. O gay: que segundo encontro? A mulher hétero: depende da conta bancária.

Mulheres que queremos manter distância:  As inseguras, as mal resolvidas, as tradicionais, as despeitadas.

As que adoramos: todas tipo Sex and the City.  As Carrie Bradshaw (que fazem um monte de besteira, ficam com os caras errados, mas são amigas, sinceras e adoram moda), as tipo Samantha Jones (corpo de mulher, atitude de gay. Elas se comportam como homem, transam primeiro e perguntam o nome depois; são donas do seu nariz e adoram ser livres e desimpedidas), as Charlotte York (românticas, sonhadoras, as vezes careta, mas sempre amigas e carinhosas) e as Miranda Hobbes (Poderiam ser homem, mas são mulheres. Poderosas, colocam o homem na coleira, mas no fundo, no fundo, lá no fundo, são sensíveis e super femininas). Bem daí vocês já sabem que sim, nós adoramos seriados femininos.

O que penso das minhas amigas. Não importa se as mais antigas, que me acompanham de longas datas, ou as novas que conheço em uma festa de casamento e já me fascinam:
a)  Como elas são especiais;
b) Se elas soubessem, poderiam dominar o mundo;
c) Como eles (os héteros) são bacacas. Estão perdendo (ou não) uma mulher incrível.

Aldo Clécius – professor universitário, jornalista, consultor de moda e primeiro amigo gay da Claudia.


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4 comentários:

  1. Amei! Queria ter o Aldo como amigo. Uma graça!
    Bj

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  2. Tbém amei! Esse é o tipo de amigo gay que toda mulher bem resolvida quer ter mesmo. Um fôfo!

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  3. O Aldo vai ficar feliz demais com tanto assédio.
    Ele merece!
    Beijos.

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  4. Amei o texto... me empresta o Aldo, please!!!! Eu auqi nessa lonjura de país, precisava (preciso) mesmo de um amigo gay!

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