14.6.11

Recado da Bruxa x Recado da Fada



Sábado à noite, nada de especial para fazer... A Isabela chegou ao meu quarto com a caixa de um antigo jogo meu chamado Boa Noite Cinderela, do Sívio Santos. Siiiim! Eu tenho o jogo quase intacto. Graças, claro, aos cuidados da minha mãe até a minha fase adulta quando adquiri o direito de levá-lo para a minha casa. Os dados estão um pouco ou muito gastos, as imagens quase tendo que ser decifradas, mas dava para jogar! E o copinho onde se agita os dados, descobri na hora, que a própria Isabela o havia quebrado fazia algum tempo. Enfim, o essencial estava perfeito. Tabuleiro, cartas, príncipes e princesas.
E como há muito eu não tirava um tempo para brincar com as meninas, nem este nem nenhum outro jogo, me rendi ao convite.  Ótima escolha!  Diversão pura por boas horas.
O grande divertimento do jogo está nas tarefas ditadas aos jogadores pela bruxa ou pela fada. Depende do caminho exigido pelos dados que você tem que trilhar.
As tarefas nos “Recados da Bruxa” recaíram quase todas sobre mim. Tive que varrer a sala, imitar um cabrito, pular e coaxar como um sapo. E detalhe, tinha que ser um sapo gordo. A gente não sabia se ria ou se jogava. E muitas, muitas rodadas fiquei de castigo sem poder jogar. Bruxa má!!!

A boa Fada ordenava tarefas ingênuas como só um jogo de 30 anos atrás teria: cante uma canção do Roberto. Detalhe, crianças de 8 e 12 anos não sabem nenhuma canção do Roberto.  Na realidade, têm uma vaga idéia de quem ele seja ou mesmo nem sabem quem é o Roberto. Então, a missão acaba ficando para a gente, os mais “velhos” da brincadeira. O jeito era fazer igual ao Padre Marcelo Rossi: eu cantava e elas repetiam. E a missão era dada como cumprida.
Tinha também que recitar poemas. Não era castigo, não. Era recado da fada! Beijar os “amiguinhos”... Fazer uma declaração de amor...  E cantar uma canção de roda.
Fomos todas dormir com as bochechas até doendo de tanto rir. E em um jogo com três participantes todas saíram com medalhas: 1º, 2º e 3º lugar.
Porque tenho a impressão de que os jogos vendidos hoje em dia não são tão divertidos assim? Cadê o Sílvio Santos que não relança o Boa Noite Cinderela? Podem até trocar de nome, já que existe outro fato nada agradável com este nome. Não estamos em uma fase onde é chique ser retrô? Então... Mas nada de tirarem as músicas do Roberto do jogo, ok?
Quantas recordações... Casa da avó, bolo no forno, desenhos do Pica-pau, chup-chup, balão a gás em festa junina, pés descalços, jabuticaba no pé, guaraná Alterosa... Ah, infância... 

2 comentários:

  1. Caros leitores,
    antes que me condenem por exaltar algo proibido, o balão de gás a que me refiro na crônica é o balão bexiga mesmo. Só que no lugar de enchê-lo de ar comum, eles eram, e ainda o são, muitas vezes inflados com gás, de modo se o soltávamos ele ia embora pelos céus.
    Entendido?

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  2. A minha esposa, que tb se chama, Claudia, tem o jogo, tb intacto, e a minha filha adora. As amiguinhas qdo estão aq em casa tb jogam e adoram.

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